06/02/2014

Uma história...

Era um mar verde, balançando calmamente sob um céu muito azul e profundo. Entre as duas cores, boiando ela se pôs a pensar: Onde teria começado esta coisa de buscar porquês?
Lembrou que um dia, muito tempo atrás, ela se cansou dos “por que sim”.
Depois começou a responder algo sempre que se colocava uma questão. Com o tempo, os porquês se tornaram cada vez mais fáceis de achar.
Ela pintou o cabelo de verde e, quando perguntaram o porquê, respondeu: Porque eu posso!
Quando ela comprou uma máquina de sorvete foi “Por que eu gosto de sorvete”.
E pronto, tudo bem explicadinho, as pessoas se divertiam e acatavam suas respostas. Gostavam da sua certeza de tudo.
Acontecia que, lá no fundo, esse jeito não tinha nada a ver com ter certeza. E ela começou a sentir que não sabia de nada.
Nesta dia de agora, no meio do céu e do mar, ela decidiu experimentar a pergunta.
E justo ali surgiu a primeira: Por que será que o mar balança?
Mergulhou de olho aberto e soube: Só pode ser porque as baleias nadam!
E vento também só ventava porque os urubus voavam.
E foi assim que ela trocou a certeza pela poesia.

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