Ele vinha caminhando de lá. Já com sede e cansado, parou sob
uma árvore para descansar na encruzilhada.
Ela vinha de cá. Parou e perguntou a
ele sobre o caminho. Certo de onde vinha, ele explicou a direção.
Porque era meio dia, o sol rachava em suas cabeças, os pés
queimavam fora da sombra. O coração subia para a boca de tanta sede.
Ela trazia água, ele não tinha pão. Ele aceitou seus goles, e
dividiram dedos e braços para matar a fome. Comeram ávidos uns bons pedaços um
do outro.
Porque estava fora do lugar, e se meteu no caminho dos dentes, o
coração também ficou marcado. E assustado, o coração voltou barulhento pra sua
caixa de osso. Fazendo vibrar todo o resto.Depois da ceia, retomaram o caminho.
Ele pensou no acaso e no
destino. Desconfiando do erro, do acerto e do caminho, ela passou sem pensar.